sábado, 10 de novembro de 2012

Favela Wars é jogo brasileiro de estratégia que 'brinca' com o crime

Favela Wars é um título de produção totalmente brasileira e inspirado em uma dura realidade do país. O jogo de estratégia foi criado pelo estúdio Nano Games e tem como inspiração filmes como Cidade de Deus, Tropa de Elite, além de jogos como XCOM, Fallout, Final Fantasy Tactics e outros do gênero.

Peter Hansen, diretor do Nano Games, falou ao TechTudo sobre a produção do game e um pouco mais sobre suas origens. “Sempre tivemos interesse de trazer um jogo do tipo para um ambiente mais urbano, já que todos os jogos nessa linha são de fantasia ou futuristas demais”, disse o produtor. Favela Wars está em fase final de desenvolvimento e deve ser lançado até o final do ano para tablets e smartphones, e em 2013 para PC, com versões online no Facebook e no site da empresa. Uma demonstração foi apresentada na Brasil Game Show e trazia apenas batalhas multiplayer. Mas a intenção do estúdio é criar uma campanha para um jogador quando o game estiver disponível no mercado. Sobre a temática voltada para as favelas, Hansen disse que foi a escolha óbvia. “A equipe toda é do Rio de Janeiro e sabemos que favela é um assunto que desperta curiosidade. É difícil achar alguém que fique indiferente quando vê o nome do jogo, por exemplo”, disse. “Fizemos uma pesquisa de campo, fomos em favelas, tiramos fotos e as vozes dos personagens foram gravadas com atores cariocas”, complementou.


A ideia do game é passar um clima familiar não só para quem mora no Rio, mas também para jogadores do Brasil inteiro. Hansen disse ainda que a primeira versão foi inspirada pela Cidade de Deus, mas logo uma segunda fase foi desenvolvida, com base no Morro Dona Marta, que fica em Botafogo. Mais tarde o game receberá novos mapas, com Rocinha e Morro do Alemão.

Mas será que Peter Hansen e sua equipe estão preocupados com a polêmica que o jogo pode gerar? “Sabemos que vai ter polêmica, antes do lançamento já notamos isso. Alguns acham muito bom, perguntam até se vai dar para jogar com o Capitão Nascimento. Mas a segunda reação vem de pessoas criticando o game, dizemos que incentivamos a violência, crime, drogas, e não é bem por aí”, adicionou. O produtor nos contou também que a ideia central da história do jogo é contar um cenário fictício, onde, nas palavras de Hansen, “em um futuro próximo as Unidades de Polícia Pacificadora (ou UPP) não deram certo e os traficantes retomaram os controles da favelas”. “Assim, cabe ao jogador decidir o seu lado neste conflito. Quem entender a proposta e saber que não estamos fazendo apologia e apenas retratando um cenário vai se divertir com um produto de qualidade”, finalizou o produtor.

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